terça-feira, 15 de maio de 2012

A descoberta de Qeiyafa

Finalmente, a morte dos minimalistas. Essa foi uma das primeiras reações suscitada pela notícia da descoberta de Qeiyafa, ou seja, pequenas caixas de pedra que, para regozijo dos que acreditam que as Escrituras Hebraicas contém descrições historicamente fidedignas, confirmariam a existência dos reinados de Davi e de Salomão (aqui uma versão em português da notícia que, porém, merece pequenas ressalvas).

De acordo com o professor Yosef Garfinkel (imagem abaixo), da Universidade Hebraica de Jerusalém, a descoberta "é extraordinária", por se tratar da primeira vez que objetos da época dos famosos reis israelitas são encontrados (Textos e imagens do projeto, aqui).

A equipe do professor Garfinkel encontrou uma boa quantidade de cerâmicas, instrumentos de metal e de pedra, e também objetos de arte e de culto. Garfinkel, por sua vez, sublinha que o povo que habitou o local, aparentemente, evitava imagens esculpidas e porcos - ambos proibidos pela Bíblia Hebraica. Em consequência disso, Garfinkel sustenta que essas pessoas observavam as prescrições bíblicas e praticavam um culto distinto do praticado por cananitas e por filisteus da época.








quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ARQUEOLOGIA

Rara moeda de ouro é descoberta em Israel

Arqueólogos trabalhandoem Tel Kedesh, nordeste de Israel, descobriram uma moeda de ouro extremamente rara e cunhada em Alexandria pelo rei Ptolomeu V.

Conforme o chefe do Departamento de Moedas da Associação de Antiguidades de Israel, Dr. Donald T, Ariel, "esta é a mais pesada e mais valiosa moeda de ouro antiga já encontrada em uma excavação em Israel". A moeda possui uma representação de uma rainha, que se acredita seja Arsinoe II Philadelphus, que era esposa de seu meio-irmão Ptolomeu II. No entanto, é possível que seja "Cleópatra I, esposa de Ptolomeu V e filha de Antíoco III".

As excavações em Tek Kedesh, próximo à fronteira de Israel com o Líbano,estão sendo sustentadas pelas universidades de Michigan e de Minnesota.

Nas palavras do Dr. Ariel esta é uma descoberta numismática impressionante.

sábado, 7 de agosto de 2010

Manuscritos do Mar Morto

QUEM ESCREVEU OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO?

Já existe tradução para a língua portuguesa do livro em que o professor Norman Golb defende sua provocativa hipótese de que os Manuscritos do Mar Morto não foram escritos por membros da seita judaica dos essênios. Chama-se "Quem escreveu os Manuscritos do Mar Morto?" e foi editado pela Imago.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Manuscritos do Mar Morto

LADRÃO DE IDENTIDADE PRESO EM DISPUTA SOBRE OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

Por décadas, a origem dos Manuscritos do Mar Morto tem sido intensamente debatida.

A teoria que tem ampla aceitação é que esses documentos antigos, que incluem textos das Escrituras Hebraicas, foram escritos a mais de três séculos antes de 100 E.C. por uma facção judaica conhecida como essênios. Os seguidores desse grupo judaico se localizavam em Qumran, uma região perto do Mar Morto, onde foram descobertos os manuscritos entre 1947 e 1956.

Uma teoria alternativa, apaixonadamente proferida por um professor da Universidade de Chicago, é que os autores dos manuscritos não seriam os essênios, e que os manuscritos eram mantidos em várias bibliotecas em Jerusalém até serem escondidos nas cavernas em torno de Qumran para sua proteção durante a Guerra dos Romanos que se deu entre 67 e 73 E.C. Qumran, ele diz, não era um monastério essênio, mas uma fortaleza, um dos vários bastiões defensivos em torno de Jerusalém.

O professor que defende essa teoria, apesar das críticas significativas, chama-se Norman Golb. Um de seus maiores aliados nessa ideia é seu filho, Raphael Haim Golb.

Porém, promotores disseram na terça-feira (4 de março de 2009) que Raphael Golb levou a defesa da teoria de seu pai muito longe. Ele é acusado de ter usado identidades roubadas de várias pessoas, incluindo a de um professor da Universidade de Nova York que discordava de seu pai, para promover a teoria dele e denegrir seus críticos.

Golb foi preso e está sendo acusado pela Corte Criminal de Manhattan por roubo de identidade.

Fonte: http://www.nytimes.com/2009/03/06/nyregion/06scrolls.html

terça-feira, 27 de julho de 2010

Proposta social do cristianismo primitivo

Existem várias maneiras de iniciar uma discussão acerca da proposta social do cristianismo primitivo. Uma delas consiste em trazer à baila a opinião insuspeita de um adversário das ideias cristãs da primeira hora, o filósofo não-cristão Celso. Escrevendo em algum momento entre 177 e 180 E.C., com o imperador Marco Aurélio já perseguindo os cristãos, esse pensador declarava sobre os adeptos do cristianismo primitivo:

Eis a palavra de ordem deles: para trás quem tem cultura, quem tem sabedoria, quem tem discernimento! […] Mas eis nas praças públicas, suponho eu, aqueles que divulgam seus segredos e pedem esmolas. […] Eis nas casas particulares, cardadores, sapateiros, pisoeiros, pessoas das mais incultas e rudes. Diante de mestres cheios de experiência e discernimento não ousam abrir a boca.

Não obstante todo o seu indisfarçável preconceito de classe, o relato de Celso lança luz sobre as origens sociais dos primeiros convertidos ao judaísmo de Jesus e sua continuação, o cristianismo primitivo. Se forem levadas em conta as evidências irrefutáveis de que a adesão de membros das altas classes ao cristianismo institucionalizado - a continuação do cristianismo primitivo – apenas se verificou na virada do segundo para o terceiro século, conclui-se inelutavelmente que a proposta do judaísmo de Jesus e sua continuação, o cristianismo primitivo, ecoavam mais fortemente entre os marginalizados e excluídos da sociedade.

sábado, 6 de março de 2010

Curso livre

Morte e Ressurreição de Jesus

Ontem foi a primeira aula do curso "A morte e a ressurreição de Jesus" no auditório da livraria Paulinas. Foi muito bacana. Trinta e cinco pessoas inscritas e das mais diversas orientações religiosas. O público foi bastante interativo e fez perguntas inteligentes e capciosas.

Trabalhei com a assistência todas as fases da pesquisa do Jesus histórico e todos ficaram surpresos quando apresentei uma fala de Martinho Lutero que escreveu - num livro sem tradução para o português - que todas as sinagogas deveriam ser queimadas e com quem estivesse dentro delas.

A próxima aula será no dia 27 de abril. Espero que o público retorne.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Evangelho mais antigo

Escrito por testemunhas oculares?

Entre os pesquisadores especialistas em Evangelho Q, há consenso que sua época de produção foi anterior aos evangelhos intracanônicos (Marcos, Mateus, Lucas e João). Alguns o situam em torno da década de 40 E.C., ou seja, antes mesmo do início da campanha missionária do apóstolo Paulo.

Por causa dessa datação tão primitiva, o Evangelho Q é considerado o relato mais próximo do próprio ministério público de Jesus e, numa certa medida, o escrito mais autêntico. Há aqueles que chegam a postular que esse evangelho primitivo teve sua origem na compilação das memórias de testemunhas oculares "daqueles dias".

Implica dizer, caso se queira ter um pequeno vislumbre da mensagem mais autêntica de Jesus, ainda não influenciada por elaborações teológicas posteriores, bastaria estudar esse documento.